AS FRONTEIRAS HÍBRIDAS DA ÁFRICA PÓS-COLONIAL
Palavras-chave:
LITERATURA AFRICANA, CRÍTICA PÓS-COLONIAL., DISCURSO IDENTITÁRIO, HIBRIDISMO CULTURAL.Resumo
Os objetos de estudo deste artigo são os recém-editados romances africanos “Teoria Geral do Esquecimento” (2012), do escritor angolano José Eduardo
Agualusa, e A confissão da leoa (2012), do moçambicano Mia Couto, que foram analisados a partir de uma metodologia que envolveu análise crítica, interpretação dos dados e leitura bibliográfica. As narrativas, dentre outros aspectos, por possuírem protagonistas que, de certo modo, estão exiladas ou isoladas e são estrangeiras/assimiladas, abordam fronteiras supostamente intransponíveis (a casa, em Teoria Geral do Esquecimento, e a aldeia, em A confissão da leoa), refletindo a relação conflituosa entre o eu e o outro, a problemática questão da alteridade e a possibilidade/impossibilidade de troca de experiências. Os romances contribuem para a discussão acerca do discurso identitário nacional de Angola e Moçambique no contexto pós-colonial, cruzando, em hibridismo cultural, a identidade e a alteridade, o familiar e o estrangeiro, a tradição e o universal.